Criada em 2018 com o objetivo de substituir os amistosos internacionais por partidas oficiais de maior apelo técnico e competitivo, a UEFA Nations League rapidamente se estabeleceu como um novo eixo no calendário europeu de seleções. Diferente da Eurocopa, que é um torneio continental tradicional com disputas eliminatórias abertas a todas as federações da UEFA, a Nations League é estruturada em divisões com acesso, rebaixamento e confrontos diretos entre seleções de nível técnico similar.
A Euro é disputada a cada quatro anos e reúne 24 equipes em uma fase final com peso histórico e simbólico. Já a Nations League é bianual, organizada por rankings, e oferece um troféu com importância crescente, além de caminhos alternativos para a classificação à Euro.
Na prática, a competição transformou os intervalos das grandes disputas — como Mundiais e Euros — em momentos de protagonismo esportivo. E nesta temporada 2024/25, quatro seleções alcançaram a fase decisiva, conhecida como Final Four: Alemanha, França, Espanha e Portugal. Os jogos acontecerão nesta semana, na Alemanha, e definirão o próximo campeão.
O formato da UEFA Nations League
A UEFA Nations League é dividida em quatro ligas: A, B, C e D. As seleções da Liga A são as de maior ranking e disputam diretamente o título. Após uma fase de grupos, os líderes de cada grupo avançam às quartas de final, novidade implementada recentemente. Os vencedores dessas quartas se classificam para o Final Four, disputado em jogos únicos: duas semifinais, final e decisão de terceiro lugar.
O formato foi pensado para equilibrar o nível técnico dos confrontos, estimular o desenvolvimento competitivo entre seleções e manter o interesse do público e da imprensa mesmo fora de anos de Copa ou Eurocopa.
Alemanha: dona da casa e em busca de reabilitação
Sediando a fase final da UEFA Nations League, a Alemanha chega com um projeto técnico renovado. Após eliminações precoces na Copa de 2018, na Euro 2020 e no Mundial do Catar, a Federação Alemã apostou em Julian Nagelsmann para rejuvenescer e reorganizar a equipe.
A fase de grupos mostrou uma seleção disciplinada, veloz nas transições e com talentos emergentes como Musiala e Wirtz ganhando protagonismo. Nas quartas de final, a seleção tetracampeã do mundo superou adversários tradicionais e se credenciou para buscar o título em casa — o que seria o primeiro desde a Copa das Confederações de 2017.
Além da busca por conquistas, o momento da Alemanha é de afirmação antes da Euro, que também será em território alemão. A Nations League funciona como laboratório e vitrine para esse projeto ambicioso.
França: favorita de sempre, mas sob pressão
Campeã mundial em 2018 e vice em 2022, a França continua sendo uma das maiores potências do futebol internacional. Com um elenco estrelado — Mbappé, Griezmann, Maignan, Tchouaméni, Theo Hernández — e um técnico consolidado, Didier Deschamps, os franceses chegam ao Final Four como favoritos naturais.
Durante a fase de grupos, os Bleus controlaram seus jogos com autoridade. Nas quartas de final contra a Croácia, reedição da final da Copa de 2018, mostraram poder de reação e solidez tática. Apesar do bom desempenho, o peso da camisa francesa impõe uma cobrança constante, ainda mais após a derrota nos pênaltis para a Argentina na última Copa.
A conquista da Nations League em 2021 ainda está fresca, e repetir o título confirmaria a consistência do projeto técnico de Deschamps.
Espanha: atual campeã da UEFA Nations League e jogo ofensivo
Campeã da última edição e atual defensora do título da Euro, conquistado no último ano, a Espanha chega ao Final Four como com um estilo de jogo em transição. A seleção, agora sob o comando de Luis de la Fuente, manteve a essência da posse de bola, mas vem se mostrando mais objetiva e letal no ataque.
A fase de grupos foi sólida, com vitórias expressivas e protagonismo de jovens como Nico Williams, Pedri e o promissor Lamine Yamal. O time mostrou que não depende apenas da tradição tática, mas também tem individualidades capazes de decidir.
Vencer a Nations League mais uma vez consolidaria a nova geração espanhola como sucessora legítima da era dourada de 2008 a 2012.
Portugal: equilíbrio e profundidade de elenco
Primeiro campeão da história da competição, em 2019, Portugal retorna ao Final Four com um elenco renovado, mas experiente. Comandada por Roberto Martínez, a equipe aposta em um jogo equilibrado, com forte organização defensiva e boas alternativas ofensivas.
A fase de grupos foi desafiadora, mas os portugueses mostraram solidez. Nas quartas, eliminaram adversários difíceis com atuações seguras. O destaque está na variedade de opções: mesmo sem depender mais do brilho exclusivo de Cristiano Ronaldo, nomes como Bruno Fernandes, Bernardo Silva e Rúben Dias garantem qualidade e constância.
Portugal chega como candidato sério ao título, buscando repetir o feito de 2019 e reforçar sua posição entre as grandes potências do continente.
O que esperar da fase final da UEFA Nations League
O Final Four acontecerá na Alemanha e colocará frente a frente seleções que, além da qualidade técnica, carregam histórias recentes de reconstrução, afirmação ou domínio. As semifinais e a grande final prometem alto nível técnico, estádios lotados e visibilidade global.
Mais do que um título em disputa, a UEFA Nations League representa, para essas seleções, a chance de testar seus projetos e jogadores em jogos decisivos — sem esperar quatro anos por uma Eurocopa ou uma Copa do Mundo.
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