Ano após ano, as discussões em torno do futebol brasileiro permanecem as mesmas. Diretorias falhas, disputas políticas e as famosas mesas redondas apontando defeitos crônicos. Entre os principais vilões está o calendário do futebol brasileiro, cada vez mais apertado e diretamente ligado à crise técnica que afeta o desempenho dos clubes em campo. Mas como fazer para resolver esse problema visando o bem do nosso futebol?
A Temporada de 2025 e a Estreia da Nova Copa do Mundo de Clubes
Em 2025, a discussão ganhou novos capítulos com uma temporada atípica. De fato, a estreia da nova Copa do Mundo de Clubes da FIFA ocupa um mês inteiro do calendário nacional. Contudo, o detalhe mais alarmante é que a competição foi oficializada ainda em 2019 e, mesmo com seis anos de antecedência, o Brasil — como de costume — ignorou a necessidade de adaptar seu calendário.
O Sucesso Internacional Contrasta com o Caos Interno
Desde 2019, os clubes brasileiros dominam a América do Sul. Flamengo (duas vezes), Palmeiras (duas vezes), Fluminense e Botafogo ergueram a taça da Libertadores. Entretanto, apesar do crescimento do sucesso internacional, a realidade interna segue preocupante. Falta organização, sobram partidas e, consequentemente, o nível técnico continua em queda.
Estaduais Inflados e Competições Mal Distribuídas
Os campeonatos estaduais ainda ocupam até 16 datas no calendário do futebol brasileiro, mesmo com os principais clubes utilizando equipes reservas nas primeiras rodadas. Além disso, a CBF decidiu manter os jogos de ida e volta na Copa do Brasil a partir da terceira fase. Por isso, o calendário apertado obrigou a entidade a esticar o Brasileirão até 21 de dezembro. Nesse cenário, os clubes precisam escolher prioridades — e quase sempre deixam alguma competição pelo caminho.
Exaustão dos Elencos e Queda de Qualidade Técnica
O Fluminense protagonizou um dos casos mais evidentes. Na já desvalorizada Copa Sul-Americana, o clube sequer levou os titulares, deixando até o técnico de fora de partidas internacionais. Da mesma forma, Vasco, Grêmio, Fortaleza e Internacional também enfrentam dificuldades para montar elencos competitivos em todas as frentes.
Por consequência, os jogos apresentam nível técnico baixo, ritmo lento, excesso de erros e jogadores visivelmente desgastados fisicamente.
Declarações de Treinadores Reforçam a Crítica
Treinadores como Mano Menezes e Renato Gaúcho já expressaram publicamente sua preocupação com a situação. De fato, ambos afirmam recorrentemente que o futebol brasileiro deixou de produzir jogadores decisivos e que, por isso, a falta de protagonismo individual afeta a qualidade do espetáculo.
Primeiros Sinais de Mudança no Calendário do Futebol Brasileiro: Redução dos Estaduais?
No meio disso tudo, surge uma esperança: o novo presidente da CBF, Samir Xaud, prometeu reduzir os estaduais para no máximo 11 datas. Sem dúvidas, o primeiro passo foi dado — necessário, claro — mas o caminho até o ideal ainda é longo e precisa de decisões firmes.
O Que Pode Ser Feito Para Melhorar o Calendário do Futebol Brasileiro?
Para reformular de verdade o calendário, os dirigentes do futebol brasileiro precisam reconhecer os problemas e colocar outras mudanças urgentes em pauta. Por exemplo:
- Copa do Brasil em jogo único: além de mais emoção, isso liberaria muitas datas no calendário.
- Respeito às Datas-FIFA: enquanto na Europa jogadores que servem suas seleções têm pelo menos três dias de recuperação, no Brasil, muitas vezes entram em campo no dia seguinte.
Pensando no Futuro: O Calendário do Futebol Nacional e a Copa Feminina em 2027
O Brasil vai sediar a Copa do Mundo Feminina em 2027. Portanto, será que até lá o calendário ainda estará em discussão? Por isso, 2026 pode (e deve) ser usado como um laboratório de testes, tendo em vista que teremos a Copa do Mundo Masculina entre junho e julho. Mesmo assim, a pergunta permanece: alguém vai ter coragem de mexer, de fato, no que precisa ser mudado? Ou será que continuaremos empurrando o problema com a barriga?
Conclusão: Ainda Dá Tempo de Mudar
O futebol brasileiro precisa respirar. De fato, precisa de planejamento, bom senso e respeito aos seus protagonistas. O talento dos nossos jogadores continua aqui — só falta dar a eles tempo e estrutura para brilhar. Portanto, o momento de mudar é agora. A pergunta que fica é: vamos ter coragem de fazer diferente?
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